Nota prévia

Obrigada à orejas pela paciência em traduzir os meus textos para castelhano, tarefa que faz com muita qualidade. Como é normal, de vez em quando, há uma pequena "gralha de tradução" que geralmente não afecta o conteúdo. Porém, no meu texto "Mistérios por resolver" no penúltimo parágrafo há um esquecimento que realmente modifica o sentido daquilo que pretendia dizer:

• Onde se lê "Pensé para mí: es incomprensible que, durante …"
• Deve corrigir-se para "Pensé para mí: es compreensible que, durante…"

Mais uma vez, muito obrigada pela tua paciência!

Marypt

Quem esteve com atenção aos correios da web dos dias 5 e 7 de junho reparou que – talvez pela primeira vez – tiveram grande destaque os assuntos relativos a supranumerários/as. Fiquei muito contente com este facto, porque são geralmente os assuntos de que eu trato nos meus escritos e nem sempre tenho "interlocutores"…

Muito e muito obrigada aos participantes da web, verdadeiros "especialistas" que escreveram acerca destes temas:

• Antes de mais, obrigada a Aquilina (05/06/2005) e Dionisio (05/06/2005): a primeira porque esclareceu plenamente os dois "primeiros mistérios" que eu expus, desenvolvendo especialmente a questão das diversas categorias de supranumerários; o segundo porque – mais uma vez – nos transmitiu a sua preciosa experiência de "trabalho de S. Gabriel" referindo-se não só ao "classismo" no tratamento de supranumerários, como também ao fenómeno (chocante) de haver pessoas que se aproximam da Obra "por interesse" em alcançar benefícios materiais…

• Obrigada também a Edu (07/06/2005) que contribuiu com o seu testemunho pessoal acerca do fenómeno da "distinção de classes" de supranumerários.

Como resulta da correcção à tradução que fiz na Nota Prévia considero compreensível que – na fase inicial de aproximação da Obra – se tivessem em conta as tais diferenças sociais (que se manifestam em tantos aspectos desde a forma de vestir até ao conteúdo das conversas). Este cuidado justifica-se por motivos de caridade para com os supranumerários/as, cooperadores/as, etc, de origens sociais mais modestas que se poderiam sentir "rebaixados" perante tais diferenças sociais…

O que já é incompreensível e inadmissível é que a Obra entenda (como bem assinalou Aquilina) que as pessoas devem ficar para sempre associadas ao estatuto social em que nasceram:

• Por um lado, como Dionisio exemplificou claramente, na sociedade actual esse "imobilismo" deixou de existir: quem nasce pobre pode tornar-se rico e vice-versa; quem nasce inculto pode tornar-se culto, etc E ainda bem que assim é. Trata-se aliás de uma das grandes conquistas civilizacionais do mundo ocidental (e não só). Poderíamos concluir que a Obra se sentiria melhor no mundo do século XIX ou, pelo menos, no mundo anterior às duas guerras mundiais. O que só confirma o entendimento daqueles (como Joan Estruch) que chamam a atenção para a "incongruência histórica" do Opus Dei. Instituição simultaneamente moderna e arcaica nos meios adoptados e nas concepções defendidas.
• Esta contradição reflecte-se também no tema que estou a tratar: a Obra não quer (e não sabe) tomar iniciativas que levem ao progressivo esbatimento das "classes" de supranumerários como seria de exigir a uma instituição cristã. Bastava ter vontade, imaginação e persistência para que a pouco e pouco se fossem "fundindo" os diferentes géneros sociais de supranumerários/as, de forma a que, a certa altura, aqueles que eram tidos como irmãos e irmãs o fossem realmente!

Por experiência pessoal de outros movimentos da Igreja (muito mais simples e abertos do que a Obra…) sei que esta unificação social não é fácil de conseguir. Mas o que nunca vi a não ser no Opus Dei, é a recusa em iniciar esse processo. A estratificação social no seio de instituições que se dizem cristãs é um autêntico escândalo para os homens e para Deus!

Marypt

Traducción al español:

 Muchas gracias a los participantes de la web, verdaderos "especialistas" que escribieron acerca de estos temas:

 - Especialmente, gracias a Aquilina 05/06/2005) y Dionisio (05/06/2005): la primera porque aclaró totalmente los dos "primeros misterios" que expuse, desarrollando especialmente la cuestión de las diversas categorías de los supernumerarios; al segundo porque -una vez más- nos transmitió su preciosa experiencia de "la labor de san Gabriel" refiriéndose no sólo al "clasismo" en el tratamiento de los supernumerarios, sino, como también al fenómeno (chocante) de que hay personas que se aproximan a la Obra "por interés" en conseguir beneficios materiales...

 - Gracias también a Edu (07/06/2005) que contribuyó con su testimonio personal sobre el fenómeno de la "distinción de clases" de supernumerarios.

 Lo que ya es incomprensible e inadmisible es que la Obra entienda (como bien señaló Aquilina) que las personas deben quedar siempre asociadas al estatuto social en el que nacieron:

 Por un lado, como Dionisio explicó claramente, en la sociedad actual ese "inmovilismo" ha dejado de existir: quien nace pobre puede volverse rico y viceversa; quien nace inculto puede volverse culto, etc. Y qué bien que sea así. Se trata de una de las grandes conquistas de las civilizaciones del mundo occidental (y no sólo). Podríamos concluir que la Obra se sentiría mejor en el mundo del siglo IXX, o al menos, en el mundo anterior a las dos guerras mundiales. Eso es lo que confirma el conocimiento de aquellos (como Joan Estruch), que llaman la atención sobre la “incongruencia histórica” del Opus Dei, institución al mismo tiempo moderna y arcaica en los medios adoptados y en las concepciones defendidas.

- Esta contradicción se refleja también en el tema que voy a tratar: la Obra no quiere (o no sabe) tomar iniciativas que lleven a la progresiva desaparición de las "clases" de supernumerarios como sería exigible en una institución cristiana. Sería suficiente tener voluntad, imaginación y persistencia para que poco a poco se fueran “fundiendo” los diferentes géneros sociales de supernumerarios/as, de manera que, en algún momento, aquellos que son tenidos como hermanos y hermanos lo fuesen realmente!