Para Joana.- Tibete
Fecha Monday, 28 November 2005
Tema 900. Sin clasificar


Joana,

Antes de mais, quero dizer-te que adorei ler português e saber que há mais uma portuguesa a recorrer a este sítio! [Sim!.... Há portuguesas por aqui...! :)]

Quero também dizer-te que o que vou escrever pode não corresponder ao esperado. Perante isso, preciso que saibas que te compreendo e estou contigo a dar-te todas as forças!

As questões que colocaste, a sequência que lhes deste e o conteúdo abordado, denotam que aquilo de que estás à espera é de alguém que compreenda por que razões não cumpres o plano de vida! Procuras alguém que te diga que não tens culpa por não cumprir as normas. Eu até era capaz de te dizer isso! Contudo não o farei porque me parece que deverias parar para reflectir sobre o que escreveste e, mais importante do que isso, sobre ti e sobre a tua vida.

Repara que começas por perguntar "O que faz abandonar a Obra?". Passas de imediato à questão "Como ter certezas em matéria espiritual?" (que se percebe ser decorrente da confissão do (in)cumprimento das normas no dia-a-dia actual). Na sequência, lanças nova questão: "Será que a confissão com um padre que não seja da Obra me ajudaria?" (demonstras que o teu problema se centra nas dificuldades do cumprimento das normas e procuras refúgio). Ou seja, as tuas questões passam do abstracto para o concreto ou, se quisermos, do profundo para o superficial. Aquilo que colocas em destaque é o concreto e o superficial. É o (in)cumprimento do plano de vida e, nesse âmbito, necessitas duma desculpabilização.

Parece-me que este destaque é um desvio sobre o cerne do teu problema. A questão que formulas sobre a confissão a outro padre é paradigmática ..... quase que estou tentada a dar-te uma "resposta habitual" - "a roupa suja lava-se em casa".

Mas não!

Compreendo-te e percebo bem o que estás a passar. (eu também recorri à confissão a outros sacerdotes. Mas foi pior a "emenda do que o soneto" porque os outros não me compreendiam e acabei por ter de confessar ao sacerdote da Obra que me tinha confessado a outro, como se aquilo fosse pecado!!!!!!)

O cumprimento das normas, no contexto do OD, para mim no momento presente, são uma coisa surrealista. Mas quem quiser consegue (com muito sacrifício)! Eu estive lá e conseguia (também me sentia uma perfeita anormal, mas.... por amor ao OD tudo se fazia!) E eu não sou mais do que os outros todos que também o conseguiam! Uns continuam e outros saíram....

Portanto, Joana, ou tu queres ou não queres! O problema não advém do (in)cumprimento das normas e dum padre que te desculpabilize das tuas obrigações. Nem tão pouco advém das (in)certezas em matéria espiritual. Assim como não há uma resposta sobre aquilo que faz abandonar a Obra.

Cada um é que sabe!

Reflecte sobre o cerne daquilo que te inquieta...

Com um grande abraço português

Tibete









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