A saída do opus é uma verdadeira libertação.- Paulo Andrade
Fecha Friday, 29 July 2005
Tema 020. Irse de la Obra


Olá a todos(as),

Embora há muito tempo não escreva, continuo a ler  - quase diariamente - a correspondência, sempre com enorme agrado, mesmo quando se trata dos amargos escritos da Grace e do Ramiro. Aquilo que me apetece contar hoje é um facto muito pequeno, passado comigo há vários anos e do qual nunca mais me tinha lembrado. Ontem, inopinadamente quando me sentava para jantar, recordei-me dele. Aqui vai:

Penso que foi em 1999 e eu já tinha deixado o opus dei há 6 anos. Soube por um ex-numerário o telefone de um agregado que se encontrava em "crise vocacional", depois de dezenas de anos na obra. Ora este agregado, que tem mais vinte anos do que eu, foi das primeiras pessoas da obra que eu conheci visto que apitei no centro donde ele dependia e, mais tarde, fui membro do cl desse centro.Tudo para dizer que é uma  pessoa que eu estimo muito, muito..

Na posse do número apressei-me a telefonar-lhe com algum receio de ser atendido por outra pessoa . Mas não. Foi ele próprio que me atendeu e eu reconheci-lhe de imediato a voz embora não falassemos há 6/7 anos. Fui brincando um pouco ao telefone, não me identificando e tentando dar pistas para ver se ele descobria quem eu era. Quando finalmente me identifiquei foi grande a alegria do reencontro e ele disse-me que não me tinha conhecido a voz porque estava mais doce. Ora é precisamente este o ponto que eu quero destacar: a voz mais doce. E atenção que eu era, sou e serei(?) um pouco abrutalhado.

Hoje é evidente para mim que a saída do opus não só me proporcionou uma felicidade que eu não tinha e que julgava inatingível (toma nota disto, Rodrigo!) como também me amaciou os modos e o coração (isto é mais para a Grace e o Ramiro!) perdendo aqueles laivos de amargura e azedume que tanto caracterizam boa parte das pessoas do opus dei.

A saída do opus é uma verdadeira libertação e o nosso eu amachucado vai progressivamente retomando as suas formas originais e as marcas negativas (que há e muitas!) acabam por desaparecer ficando apenas como uma lembrança e um aviso.

Para terminar com um final feliz (oxalá fosse sempre assim!) o "tal agregado do telefonema" casou-se com uma mulher encantadora e têm um filho bonito, inteligente e simpático com 3 anos. E, por feliz acaso, sou o padrinho de casamento deles. Ora digam lá se isto não são motivos suficientes para se estar contente?

Se não fosse dar demasiada importância à instituição  - ou ao colectivo como diria o Ramiro -  quase que me apetecia dizer que só é bom que o opus dei exista porque só assim é que podem existir ex-membros, este site e sei lá que mais....

Abraços e boas férias!

Paulo Andrade e Silva









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