Agradezco a Compaq & Brian (28/11/2004) por la respuesta a mi email (26/11/2004) relativo al posible antisemitismo de Escrivá; la respuesta superó en mucho mis expectativas. Aprovecho para comentar la profecía fallida de Escrivá relativa a la fecha de su propia muerte.

Tuve conocimiento del asunto pocos meses después de haber pedido la admisión, a principios de 1983, a través de D. Vicente Ancona Lopez en una tertulia en el centro de Sumaré (centro de estudios en Sao Paulo, Brasil). Según D. Vicente, D. Álvaro del Portillo, -primer sucesor del fundador en el gobierno del opus y su confesor durante décadas, declaró que el fundador supo, por revelación divina, cuándo iba a fallecer. D. Álvaro del Portillo sabía cuál era la fecha y se lo comunicó a otras personas. Sucedió que el fallecimiento del fundador fue bastante antes de lo previsto. Según D. Vicente, la explicación de D. Álvaro fue que, "en los últimos años, el sufrimiento del fundador del opus a causa de la crisis de la Iglesia había sido tan intenso, que Dios contabilizó por tres los años de su vida, de modo que él falleció antes de lo previsto"...

Comenté el asunto en privado con D. Vicente, preguntando si aquello no era demasiado, y él confirmó todo lo que había dicho en público, diciendo también que D. Álvaro no iba a inventar una historia semejante. El hecho es que el asunto dejó de ser comentado por el propio D. Vicente, y nunca más hubo otra referencia explícita a esa predicción de la fecha de la muerte hecha por el fundador. Hubo sí, en boca de diversos directores centrales del opus en Brasil, comentarios del tipo "nuestro santo fundador ofreció a Dios su vida por la Iglesia y Dios aceptó tal ofrecimiento cuando menos se esperaba"...

Me acuerdo que busqué referencias de tal profecía en los "artículos del postulador" de la causa de beatificación del fundador del opus, y no encontré nada.

Por increíble que parezca, para mí el resultado de las explicaciones fue positiva, pues me dejó la impresión de que se divulgaban también las trampas del fundador, lo que confería autenticidad a los panegéricos que hacían sobre las virtudes y hechos heróicos que se hacían de S. Escriva.

Con el paso del tiempo, el asunto fue perdiendo importancia para mí (eso forma parte del estupro mental al que muchos nos sometemos para permanecer dentro del opus), y yo sólo recordaba el tema cuando aparecía alguna biografía oficial indigesta sobre Escrivá. En ninguna de ellas recuerdo haber encontrado cualquier mención a la profecía fallida ni a la explicación ridícula dada al fracaso (de la profecía), excepto a la biografía encomendada a Peter Berglar. En ese libro (Opus Dei: Leben und Werk des Grunders Jose Maria Escriva- Otto Muller, Salzburg 1983), se dice explícitamente que el fundador nunca había había predicho la fecha de su propia muerte. Eso contradice frontalmente mi relato y el de muchos otros que ya reflejaron su testimonio sobre el asunto. ¿Cómo se explica que un escritor como Peter Berglar, cuya seriedad y competencia parecen incuestionables, relate tamaña mentira en su libro? Lo que todo indica, que él confiaba plenamente en las fuentes consultadas durante la redacción de la biografía. Me causa pena, como católico e hijo de la Iglesia, constatar que de esas fuentes manaban informaciones mentirosas.

Demetrio C. Zaxariadhis
São Paulo, Brasil

PD: Aprovecho para desear una Feliz y Santa Navidad a todos los asiduos de esta web, incluyendo a los que entran a escondidas...

El texto original en portugués...

Profecias

Caros Orejas,

Agradeço a Compaq & Brian (28/11/2004) pela resposta ao meu email (26/11/2004) relativo ao possível anti-semitismo de Escrivá; a resposta superou em muito as expectativas da pergunta.

Aproveito para comentar a profecia falida de Escrivá relativa à data da própria morte.

Eu tomei conhecimento do assunto poucos meses após ter pedido a admissão, no início de 1983, através de comentários feitos pelo Pe. Vicente Ancona Lopez em uma tertúlia no centro do Sumaré (centro de estudos em São Paulo, Brasil). Segundo o Pe. Vicente, o Pe Álvaro Del Portillo -primeiro sucessor do fundador no comando da opus e seu confessor durante décadas, declarou que o fundador soube, por revelação divina, quando iria falecer. O Pe. Álvaro Del Portillo sabia qual era a data e divulgou-a para outras pessoas. Aconteceu que o falecimento do fundador foi bem antes do previsto. Segundo o Pe. Vicente, a explicação do Pe. Álvaro foi que, “nos últimos anos, o sofrimento do fundador da opus por causa da crise da igreja tinha sido tão intenso, que Deus contou em triplo os anos de vida dele, de modo que ele faleceu antes do previsto”...

Comentei o assunto privadamente com o Pe. Vicente, perguntando se aquela coisa já não era demais, e ele confirmou tudo o que havia dito em público, dizendo também que o Pe. Álvaro não iria inventar uma estória daquelas. O fato é que o assunto deixou de ser comentado pelo próprio Pe. Vicente, e nunca mais ouvi outra referência explícita a essa previsão da data da morte feita pelo fundador. Ouvi sim, da boca de diversos diretores centrais da opus no Brasil, comentários do tipo “nosso santo fundador ofereceu a Deus a sua vida pela igreja, e Deus aceitou tal oferecimento quando menos se esperava”…

Lembro-me que procurei referências à tal profecia nos “artigos do postulador” da causa de beatificação do fundador da opus, e não encontrei nada. Por incrível que pareça, para mim o saldo inicial da lorota foi positivo, pois me deixou a impressão de que se divulgavam também as trapalhadas do fundador, o que conferia autenticidade aos panegíricos que se faziam sobre as virtudes e feitos heróicos de S. Escrivá.

Com o passar do tempo o assunto foi perdendo importância para mim (isso faz parte do estupro mental ao qual muitos nos submetemos para permanecer dentro da opus), e eu só lembrava do tema quando saia alguma biografia oficial indigesta sobre Escrivá. Em nenhuma delas me lembro de ter encontrado qualquer menção à profecia falida nem à explicação ridícula dada ao malogro, exceto na biografia encomendada a Peter Berglar. Nesse livro (Opus Dei: Leben und Werk des Grunders Jose Maria Escriva- Otto Muller, Salzburg 1983), é dito explicitamente que o fundador nunca tinha predito a data da própria morte. Isso contradiz frontalmente o meu relato e o de muitos outros que já registraram o seu testemunho sobre o assunto. Como se explica que um autor como Peter Berglar, cuja seriedade e competência parecem inquestionáveis, relate tamanha mentira no seu livro? Ao que tudo indica, ele confiava plenamente nas fontes consultadas durante a redação da biografia. Causa-me pena, como católico e filho da Igreja, constatar que dessas fontes manavam informações mentirosas.

Demetrio C. Zaxariadhis
São Paulo, Brasil

PS: Aproveito para desejar um Feliz e Santo Natal a todos os frequentadores deste "site", incluindo aí os frequentadores furtivos...