Luzes e sombras. Minha experiencia de supranumeraria (5).- Marypt
Fecha Sunday, 05 December 2004
Tema 078. Supernumerarios_as


LUZES E SOMBRAS DA MINHA EXPERIENCIA DE SUPRANUMERÁRIA DO OPUS DEI

Quinta entrega
MARYPT, 5-12-2004

(Disponible traducción al español)

 

Momento de 'paragem'

Ao longo de vários textos procurei transmitir-vos os aspectos mais relevantes da minha vida na O. Queria hoje fazer uma ‘paragem’ nesses testemunhos e pedir que me ajudassem a reflectir sobre algumas experiências que relatei acerca da...




Separação das Secções Feminina e Masculina

Para mim esta divisão estrutural da O. é dos aspectos mais negativos e prejudiciais para a vida de uma supranumerária ou de qualquer pessoa que frequente os centros da O. sem ter escolhido uma vida de celibato. Compreendo naturalmente que para os ex-numerários e os ex-agregados isso ‘fizesse parte do esquema’, mas para todos aqueles que – como eu – tentaram viver a sua vida pessoal, familiar, profissional, tendo sempre que separar as pessoas (marido, filhos, irmãos, cunhadas, sobrinhos, casais amigos, etc) em duas partes: homens e rapazes para ali; mulheres e raparigas para acolá – a vida tornou-se muito complicada e artificial.

Por exemplo, todos os anos insistiam em que eu devia fazer um retiro da O.; e todos os anos eu respondia que preferia fazer um retiro em casal. Só se tivesse tempo e visse que precisava é que iria fazer um segundo retiro sós. Uma directora dizia-me que eu poderia fazer também um retiro em casal, desde que tratasse de o organizar com outras supranumerárias, marcar um hotel em Fátima e pedir que um sacerdote da O. fosse pregar. Mas isto não subtituiria a minha obrigação de ‘fazer um retiro anual’ do O.D. Discutíamos, porque eu considerava que não fazia qualquer sentido que toda a estrutura dos centros de S. Gabriel se ocupasse a organizar actividades para mulheres e paralelamente algumas de nós gastássemos um tempo infinito a organizar o tal retiro ‘não canónico’. Para além de que desconfiava muito se alguma vez se conseguiria chegar ao fim na concretização de tais encontros ‘mistos’…

A este respeito formularia as seguintes questões:

Como viviam as ex-supranumerárias/os de Espanha e de outros países este género de problemas?

Sentiram os ex-numerários e ex-numerárias dificuldades em acompanhar a vida dos supranumerários/as e de outras pessoas casadas ou que simplesmente não pretendiam ficar celibatárias?

Será que nos níveis mais altos (delegações, regiões, governo central) da O. se tem alguma percepçaõ de que a estrutura ‘dualista’ da O. não consegue adaptar- se à vida das pessoas que pretendem ajudar e que vivem num mundo onde naturalmente se misturam pessoas dos dois sexos (a começar pela família)?

Se a O. não está disposta a mudar 'nada que seja importante', a sua burocracia interna não se irá 'desmoronar' perante a desactualização em relação à realidade, também neste domínio da ‘separação de sexos’?

Em Portugal, têm surgido especiais problemas com o funcionamento de ‘escolas profissionais’ promovidas pela O. mas com finaciamento do Estado ou da União Europeia; como é sabido, as ‘escolas de hotelaria’ ou algo parecido são, na verdade, centros onde se tentam captar numerárias auxiliares, pelo que a última coisa que se pretende é a sua abertura tanto a raparigas como a rapazes. E então surgem mil e uma habilidades para conseguir que as ditas escolas continuem a ter o estatuto profissional (e o respectivo financiamento) com condições de admissão tão restritivas. Será que algo de semelhante se verifica em outros países?

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