Varios asuntos.- José Tomás
Fecha Wednesday, 25 January 2012
Tema 010. Testimonios


Olá a todos! 

Faz mais de 3 anos que não escrevo. Em meu último envio estava bastante deprimido. Agradeço a Agustina e às outras pessoas que me escreveram em privado e peço-lhes desculpas por deixar-lhes sem resposta naquele momento. 

Muitas vezes quero escrever mas não o faço por preguiça de ter que pensar e escrever em Castelhano. De modo que escreverei em Português, mas utilizando um vocabulário o mais próximo possível do Castelhano que eu conseguir. Não creio que haja necessidade de alguém se dê o trabalho de traduzir, meu texto deveria ser de fácil compreensão para quem lê Castelhano e, se uma ou outra palavra não se entende, está aí o Google Translator para resolver a questão facilmente...



Depois de muito tempo sem ler a página, voltei aqui. Andei lendo muita coisas nos últimos dias. Me inteirei de muitas coisas surpreendentes, como a “bronca” que deu o Papa ao Prelado e o que aconteceu (ou não aconteceu) em consequência.

Gostaria de fazer diversos comentários a coisas que li. E também acrescentar algumas coisas que andei pensando.

Sou formado em Ciências da Computação, de modo que as brincadeiras matemáticas me agradam. E mesmo quando estava na Obra – há 25 anos – algumas contas eram tão estranhas que me assombravam. Claro que nunca disse nada a ninguém, pois não seria de “bom espírito”. Lembro concretamente de duas coisas que obviamente não podiam corresponder à realidade:

  1. Que o Padre lê todas as cartas que lhe enviam. Bastava multiplicar o número de “sócios” pela frequência com que deviam escrever para ver que, se isso fosse verdade, o Padre não faria outra coisa na vida que ler as cartas de seus “filhos”, e faltaria tempo. Me espantava como podiam mentir tão descaradamente com algo tão fácil de verificar.
  2. Que cada sócio tinha que trazer por ano duas novas vocações, ou não estava se entregando de verdade (ou algo assim). Me parecia então que, bem, ninguém estava se entregando como deveria, pois se assim fosse o número de membros da Obra triplicaria todo ano, o que evidentemente não acontecia (e naquela época ainda apitava muita gente!) De qualquer modo, se todo mundo dentro estivesse vivendo bem o espírito da Obra, toda a população mundial seria do Opus Dei em 10 anos!!! (façam a conta: 70.000 x 310 = 4.133.430.000,00 !!!) Ou talvez uns meses a mais para descontar os mortos no período (deserções não, pois nos asseguravam que praticamente não aconteciam...) Portanto, de duas uma: ou o número era absurdo como meta, ou ninguém vivia bem o “espírito”. Hoje vejo isso: que cruel manipulação as consciências! Fazer crer a cada um que não era fiel nem entregue por não conseguir cumprir essa meta absurda! Mais uma maneira de humilhar e controlar os membros pelo medo e pela culpa!

Sobre a história de que o Santo Fundador não fez testamento. Essa é de arrepiar! E, como era o Fundador, poderia perfeitamente ter feito testamento deixando como herdeiro o próprio Opus Dei, e não alguma “organização de fomento”.

Acredito que todos os que ainda estão dentro deveriam fazer o mesmo que fez Vallelaencina: revogar seus testamentos e, se ainda não fizeram a fidelidade, não fazê-lo neste momento. Afinal, há que se imitar em tudo a Nosso Padre, não?

Sobre a ação (demanda) contra Agustina: discordo, como disseram algum, de que seja uma “manifestação de poder”. Acredito que antes seja uma “manifestação de estupidez”. Qual foi o resultado?

  1. Assumiram diante de todo mundo a autoria dos documentos. Não podem mais argumentar que são “invenção de ressentidos”;
  2. Assumiram diante de todo mundo seu secretismo. Nunca mais poderão dizer que “não há segredos no Opus Dei”; e finalmente
  3. Não adianta de absolutamente nada. Como disse aqui alguém sobre uma foto da Rainha em top-less, uma vez que essas coisas estejam na rede, é impossível tirá-las de lá, mesmo por quem fez a publicação original. Os documentos, naturalmente, estão e sempre estarão disponíveis na rede para qualquer pessoa que saiba usar o Google (até minha mãe sabe ;-) Aqueles que estão dentro e usavam os documentos aqui publicados para preparar círculos certamente já sabem onde encontra-los agora. A internet não está inteira sob jurisdição da justiça espanhola. É alguns ainda pensam que os da Obra são experts em tecnologia...

Teria sido muito melhor para eles continuar a fingir que não viam nada.

Mais dois assuntos que estão em minha cabeça há muitos anos:

  1. O Cardeal Julian Herranz: que tipo de deformação de consciência pode ter um homem desses??!! Como alguém que é o “autêntico intérprete do Código de Direito Canônico” pode convencer a si mesmo que não está pecando ao fingir que não leu os artigos do código referentes à separação entre governo e direção espiritual, ou que não vê nenhuma relação dos mesmos com o que acontece na Obra?

  1. Por quê a Obra não cumpre o que diz o cânon 964?

964 § 1. El lugar propio para oír confesiones es una iglesia u oratorio.

§ 2. Por lo que se refiere a la sede para oír confesiones, la Conferencia Episcopal dé normas, asegurando en todo caso que existan siempre en lugar patente confesionarios provistos de rejillas entre el penitente y el confesor que puedan utilizar libremente los fieles que así lo deseen.

§ 3. No se deben oír confesiones fuera del confesionario, si no es por justa causa.

Só há confessionário na seção de mulheres, os varões confessam no quarto / escritório do sacerdote. Porque não há confessionários nos oratórios da seção de varões? Qual é a “justa causa” para que o Opus descumpra mais esse cânon?

A razão pela qual a Igreja o exige fica evidente no final do item 1 do texto de Retegui sobre esse assunto:

Si el confesor es sólo medio, no debe tener nombre, ni características personales, sino solamente el poder participado de Cristo. Cuando un cristiano busca el perdón de Dios, y no simplemente un remedio de tipo humano, es muy bueno que el confesonario sea un lugar donde se establece una relación que sólo tiene continuidad con el sagrario, con la oración, o con otro confesonario.

Já as razões (muito sobrenaturais, por suposto) pela qual a Obra não o faz é porque:

1. Na seção de varões, procura-se exatamente o contrário que diz Retegui acima, ou seja, o que se quer é justamente que o que confessa sinta-se “controlado” por alguém (o confessor) que “não faz parte” do governo local mas que todo mundo sabe que faz (embora pareça que agora ninguém mais sabe quem é que governa na Obra J)

2. Na seção de mulheres, evidentemente, o critério dos 5000 km prevalece, mas mesmo assim os confessores não se molestam de perguntar à diretora quem era a última que passou pelo confessionário.

Alguém pode me dizer se perguntou sobre isso aos diretores e que resposta obteve? Qual é “razão sobrenatural”, a “justa causa” pela qual os homens do Opus Dei não usam o confessionário?

A proposito, a releitura desse texto de Retegui não tem desperdício, especialmente neste momento em que o assunto finalmente chegou ao Vaticano. Diz Retegui que:

Con este modo de proceder, la práctica de la Iglesia muestra un respeto exquisito por la conciencia, pues efectivamente la conciencia es aquella intimidad en la que la persona se reconoce pecadora ante su Dios, y necesitada de perdón. Esta experiencia de la persona es lo más delicado que existe en el mundo, y nadie puede entrar en ella en nombre propio, ni siquiera como representante de la Iglesia en cuanto institución. De inteiís neque Ecclesia iudicat.

Los hombres que tratasen de entrar a conocer la conciencia no podrían sino juzgar desde las leyes morales universales, pero estas leyes no son suficientes para comprender el caso singular del hombre que se ve pecador. Cualquier hombre que entrara en la conciencia para juzgar la sería un intruso y un salteador.

Ou seja, que a violação da consciência é mais grave do que a violação sexual de menores, por mais que isso pareça anti-intuitivo. De modo que, se a Igreja só agiu contra Maciel por conta do segundo caso, é porque ignorou esta verdade, a qual se manifesta claramente do fato de que essa violação merece a pena de excomunhão latae sententiae e ainda reservada à Santa Sé, o que não ocorre com a pedofilia. Se alguém tiver acesso a bispos e demais eminências, seria bom lembrar-lhes isso. Se esse fosse o único problema dos Legionários, a Obra estaria em situação ainda pior do que eles moralmente. Lamentavelmente, os Legionários são idênticos ao Opus na violação de consciência também...

Por último, um comentário sobre o novo livro apresentado por Ana Azanza. Não o li inteiro, apenas folheei, mas me pareceu mais um da categoria “delírios e teorias da conspiração”. Acredito que é bom publicar aqui tudo o que saia sobre a Obra, mas é sempre preciso tomar o cuidado de deixar claro que não necessariamente se endossa o que lá vai escrito, pois sempre há o risco de que os “de lá” usem isso para desqualificar Opuslibros. Agora, imaginar os membros do Conselho Geral como génios da Geopolítica traçando o futuro da humanidade (Epilogo) é superestimar demais a inteligência e competência dessas pessoas, que, sabemos, estão apenas preocupadas em que “se deve intensificar a santa pureza” J.

Abraços a todos,

José Tomás







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