(Traducción al español)
Querido João Pinto,
achei interessantíssima a correspondência que te publicaram na segunda-feira.
Ficamos agora todos à espera, com alguma expectativa, da carta que o teu amigo numerário vai mandar para a “família”: talvez para o “Padre”, talvez para a “Comissão Regional”. E não só isso, claro, nem sobretudo isso: as palavras, sejam elas quais forem, são tão fáceis de dizer! Estamos todos bem abrigados da chuva, no entanto. :))
Diz-me uma coisa: costumas ir com frequência a essa Repartição de Finanças, tanto antes como depois de começares a escrever no Opuslibros? Outra coisa: no canal da National Geographic passam imensos documentários muitíssimo bem realizados sobre um problema que é comum a todos os âmbitos do mundo da natureza (mineral, vegetal, animal, e os homens não lhe escapam). É uma coisa aparentemente muito simples, até primitiva, mas é muito séria: o problema do território. Quando cometemos o erro de aceder a sair da nossa maneira habitual de falar na vida de todos os dias e do nosso território físico, para os dos outros, mesmo que tenham os conhecidos “oratório”(com o cheiro a cera e a velas, e a penumbra, o Crucifixo e a luz do Santíssimo) e as salinhas da praxe (com os sofás, a mesinha em frente, as fotografias, a imagem de Nossa Senhora), ficamos em situação de inferioridade real. Sem apelo nem agravo. Às vezes é até fatal.
Durante a Grande Guerra, a maneira mais eficaz de fazer os batalhões escoceses avançar era pôr uma gaita de foles a tocar: era limpinho! O som familiar dava-lhes imediatamente a noção de que tudo estava bem, de que, se a gaita tocava, era porque tudo ia correr muito bem. E avançavam com confiança, e eram dizimados às dezenas de milhares de cada vez, todas as vezes.
Essa é a cara humana do Opus Dei: a que leva cada um de nós a confiar em pessoas concretas, que não têm, aparentemente, o menor inconveniente em continuar a ajudar a manter de pé, às vezes durante “40/50” anos, uma real estrutura de pecado.
Um enorme abraço, continua a escrever!
Carocha