Santa ingenuidade!. Para Morgana.- Paulo Andrade
Fecha Wednesday, 09 January 2008
Tema 070. Costumbres y Praxis


(Traducción en español)

 

Já estamos habituados a incursões de supostos membros do opus neste site. Curiosamente o tom destes contactos tem mudado e tornou-se mais doce, especialmente com os escritos de Morgana. Do meu ponto de vista é uma “doçura” meramente estratégica e que não me convence de todo. Acho, isso sim, que o opus já percebeu que este site é uma fonte incontornável e, portanto, pretende deixar aqui constância da sua versão.

 

Infelizmente para o opus ainda não acertaram com o emissário adequado. Tudo isto vem a propósito do último escrito de Morgana...



Não me vou envolver em questões de saias e calças (faldas y pantalones) porque sempre usei calças embora, no meu íntimo admita, por vezes, que as saias devem ser muito mais frescas e arejadas no Verão. Nunca experimentei, todavia. Porém, não deixa de ser interessante e revelador que a questão de as numerárias passarem a poder usar calças tenha sido objecto(segundo creio) de uma deliberação num congresso do opus dei. Isto faz-me lembrar aquela questão das discussões sobre o sexo dos anjos ou, se preferirem uma metáfora mais evangélica (e acredito que a Morgana prefira) remete-me para aquela expressão “coar o mosquito e deixar passar o camelo”. Acho que é mais ou menos isto…

 

Como tu própria dizes, Morgana, o que é essencial não mudou nem vai mudar. Ora aí reside a questão chave porque enquanto não houver mudanças essenciais o opus continuará a ser uma instituição perversa por todos os motivos que conhecemos e me dispenso de repetir. Curiosamente, mesmo os aspectos acessórios (não essenciais) também não me parece que tenham mudado tanto como dizes.

 

Vamos aos factos.

 

a)A assistência aos casamentos.

Em 2003 fui a um casamento de um ex-numerário. Dos seus 3 irmãos numerários apenas 1, repito 1, esteve presente na cerimónia religiosa e apenas na cerimónia religiosa.

 

b) O convívio com pessoas do outro sexo.

Em 1980 recebi várias correçcões fraternas de um numerário, agora sacerdote, por ter abrigado com o meu guarda-chuva colegas da faculdade em dias de Inverno rigoroso, à saída das aulas, rodeados por dezenas de outros estudantes.

 

Em 1985, parti uma perna e tive de fazer fisioterapia durante alguns meses sendo que o consultório ficava na outra ponta da cidade onde residia. A minha irmã ( a verdadeira, claro) ofereceu-se para me levar diariamente aos tratamentos. Consultei com o director e fui autorizado. Um mês e picos depois fizeram-me uma correcção fraterna dizendo não ser conveniente que andasse no carro, sozinho com uma mulher que, ainda por cima, me deixava à porta da residência. Espanto dos espantos: quem autorizou a correcção fraterna foi a mesma pessoa que me autorizou a aceitar a boleia da minha irmã. Passei a ir de táxi…

 

Em finais de 1993, já eu não pertencia ao opus, andei uma tarde com uma supranumerária, no meu carro, a ver casas para instalar uma escola. No dia seguinte fui objecto de um inquérito rigoroso e de uma advertência por parte de um supranumerario. Moral da história: deixei de dar boleias a supranumerárias

 

Diz-me uma coisa, Morgana, tu és mesmo numerária??? Não será que te chamas Alice e vives no País das Maravilhas???

 

Não vale muito a pena invocares a idiossincrasia dos países. Sou português, como é sabido, um País de brandos costumes, de fados e saudades, de nevoeiros e “Desejados”, e tudo o que refiro se passou aqui. Não nos caracterizamos por modos duros, bem pelo contrário. Além disto, a questão da idiossincracia só teria alguma relevância se fosse realmente respeitada pelo opus e se não demorasse 50 anos (duas gerações) a impor-se. Tudo isto, apenas, porque o essencial não muda. Não te iludas Morgana e não tentes enganar-nos: se houve mudanças foram meramente cosméticas e em aspectos completamente acessórios.

 

Foram fruto de algumas cedências ao espírito dos tempos, foram inevitabilidades que as autoridades da obra tiveram de engolir sob pena - se assim não fosse - de se afastarem mais ainda do mundo real onde pensam que vivem e onde se sentem (e são vistos) como corpos estranhos.

 

Deixa-me dizer-te uma coisinha (palavra tão má mas muito portuguesa) antes de terminar: neste site pode entrar-se sem pedir licença e saímos sempre e quando queremos sem que ninguém nos pressione. Deixa esses modos subservientes e excessivamente delicados porque já sabes que, apesar daquilo que dizes, és sempre bem-vinda. Sabes porquê? Pensa um pouco e talvez percebas…

 

Feliz ano Novo para ti também e para todos!

 

Paulo Andrade







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