Tal como outras pessoas, também eu queria dar a minha opinião sobre o escrito de Angie. Pode ser que o livro que cita se aplique a alguns grupos ou seitas, mas está longe de fazer sentido quanto à captação de jovens para o opus dei.

Da minha experiência pessoal e do que vi acontecer com dezenas e dezenas de adolescentes e jovens nos anos 70 e 80 do século passado, a obra tem o cuidado de seleccionar os filhos de famílias equilibradas, formados num ambiente cristão muito saudável, com bons resultados escolares, etc.

Este cuidado era maior se se tratava de jovens que apitavam de numerárias. Aliás, percebi que se alguma rapariga tinha uma personalidade mais frágil ou uma família mais problemática, em regra apitava de supranumerária ou de agregada.

Comigo sucedeu mesmo que uma das principais razões do meu "conflito" para ser supranumerária e não numerária dizia respeito ao facto de - segundo as directoras - eu ter tudo para ser uma "numerária ideal". Porque deveria contentar-me com menos?!

Pelo facto de a grande maioria das numerárias serem filhas de pais muito cuidadosos e atentos é que havia tantos casos de duas ou mais irmãs a apitar em poucos anos. Foi o que sucedeu comigo e com a minha irmã que ainda hoje continua na obra (bastante feliz segundo me parece, embora para isso contribua o facto de ter um trabalho profissional externo muito intenso e criativo).

Situação especial, como já foi referido, é a das famílias de supranumerários "fanatizados" que programam os seus filhos para entrarem na obra o mais cedo possível. Nestes casos não se trata de "famílias disfuncionais", mas de uma gravíssima manipulação da educação dos filhos, condicionando totalmente a sua liberdade.

Saudades portuguesas

Marypt

Traducción del texto original.