Respondendo a Tom – Sobre supranumerárias.- Marypt
Fecha Monday, 21 May 2007
Tema 078. Supernumerarios_as


Como sou das poucas ex-supranumerárias que escrevo regularmente nesta web, senti que devia responder ao teu apelo. Peço desculpa por não escrever em castelhano mas faria muito erros.

 

As coisas mais importantes que te posso dizer são as seguintes:

 

1)      Quanto às fases do “percurso” da tua namorada como supranumerária do opus dei:

-         “Apitar” significa que pediu a admissão na obra

-         Passados cerca de seis meses deve ter feito a “Admissão” que significa que a obra respondeu afirmativamente ao seu pedido

-         Agora está a preparar-se para fazer a “Oblação” que é a verdadeira entrada na instituição

-         Quer dizer que se não fizer a “Oblação” nunca chegará a pertencer juridicamente à obra

-         Claro que na prática tudo isto é mais complicado porque desde o dia em que pediu a admissão que as directoras lhe disseram que ela já pertence ao opus dei e que tem de actuar em tudo enquanto tal

-         Depois de ter feito a “Oblação”, qualquer membro da obra renova anualmente a pertença à instituição em cada dia 19 de Março; no caso das numerárias e agregadas ao fim de alguns anos (cinco, salvo erro…) fazem a “Fidelidade” que é um compromisso definitivo

-         Mas as supranumerárias raramente fazem a “Fidelidade”; só algumas que após muitos anos se mostrem muitíssimo ligadas à instituição

-         Assim, em geral, qualquer supranumerária que não queira continuar na obra (depois de ter feito a “Oblação”) basta que não renove a dita “Oblação” no dia 19 de Março seguinte (foi o que eu fiz ao fim de mais de vinte anos de pertença ao opus dei

 

2)      Quanto à influência das directoras da obra no comportamento da tua namorada podes estar certo que vão sempre tentar que seja o maior possível. Conseguirem que ela faça tudo o que lhe dizem vai depender imenso da personalidade que tiver: se conseguir manter o espírito crítico será menos “submissa”; se não conseguir poderá acabar a viver subordinada a todas as regras e instruções que lhe darão nos “meios de formação”: confissão semanal, conversa fraterna quinzenal, círculo semanal, retiro breve mensal, convívio de uma semana anual, retiro de três dias anual, e ainda mais alguma coisa…)

 

3)      Se a vossa relação for realmente séria e gostares verdadeiramente dela, terás de ser muito paciente e compreensivo. Aconselho-te a que nunca tomes decisões importantes quanto a um possível casamento sem falares abertamente com ela sobre todos os aspectos da vossa vida em que a obra se pode “intrometer” e que podem ser imensos: o tempo que dedica à obra e às práticas de piedade; a vida íntima do casal e as decisões sobre paternidade/maternidade; a educação dos filhos; as contribuições económicas para a obra; etc

 

Para teres uma visão mais completa sugiro que leias os textos que escrevi ao longo dos anos aqui em Opuslibros sobre a vida dos supranumerários e supranumerárias.

 

Se quiseres conversar comigo por email, podes pedir o meu endereço às orejas.

 

Um abraço português

 

Marypt









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