1. Sigo com muita atenção o que se publica nesta web e – sobretudo por estarmos em "época de férias" – estou muito impressionada com a quantidade de testemunhos interessantes e de textos importantes que têm surgido nos últimos tempos.

Na verdade, ainda que a participação de todos e de cada um seja relevante, é certo que há algumas intervenções que se destacam porque são testemunhos muito profundos de pessoas que até agora não tinham escrito na web; ou porque são reflexões sérias e incisivas acerca de temas centrais sobre a realidade "opus dei".

2. Não tendo possibilidade, nem preparação, para me referir a cada um desses novos escritos, gostaria mesmo assim de salientar os que me causaram maior impacto. No que se refere a novos testemunhos, destaco os seguintes:

• O de Piturro – "Un año después"
• O de Coquis – "Mi historia en la sectaprelatura"
• O de Stephanie – "Testimonio de una supuesta vocación"
• O de Terpsícore – "El hoy y ahora del Opus Dei"

Em relação ao testemunho de Stephanie, queria dizer pelo menos o seguinte: é espantoso como os sentimentos de que ela faz eco correspondem àquilo que eu própria senti, quando há 30 anos atrás as directoras de un centro de S.Rafael fizeram o mesmo comigo… com a diferença de que então conseguiram o que queriam e acabei por "apitar".

3. Quanto a textos importantes, sigo o exemplo de Compaq (24/08/05) e acrescento ainda mais dois que me parecem conter dados e reflexões muito significativas:

• O texto de Iván – "Para dejar el Opus Dei no es necesaria la dispensa del prelado"
• O texto de Claire Fisher – "Historiadores del Opus Dei? Peor imposible? Sí, es posible"
• O texto de Otokkar – "Tres frentes: gran público, miembros y jerarquía"
• O texto de Federico – "Alguien puede ponerle nombre" (sobre os compromissos assumidos com a obra em matétia de dinheiro)
• O texto de Javier FG – "Acerca del celibato en el Opus Dei"

4. Lugar especial merece a participação de Neska, que está a suscitar muitas reacções dos demais participantes. Também queria dar a minha contribuição, tendo presente que Neska é uma supranumerárias jovem e que também eu fui supranumerária durante cerca de vinte anos, da juventude à idade adulta:

• O primeiro aspecto que me parece importante – e que tem sido referido por várias pessoas – é o facto de Neska ser uma pessoa genuína, de boa fé e que merece ser acolhida na web com todo o respeito e amizade!
• Em segundo lugar, não há qualquer razão para "julgarmos" negativamente ou com suspeitas aquilo que ela nos conta acerca das suas experiências positivas na obra, ainda que tais experiências possam ser muito diferentes daquilo que porventura cada um conheceu pessoalmente.
• A contribuição que, enquanto ex-supranumerária, eu posso dar é a de dizer que – em grande medida – compreendo os testemunhos de Neska porque também eu vivi com grande liberdade interior e exterior a minha pertença à obra (cfr. "Luzes e sombras da minha experiência de supranumerária do O.D" e "Fazendo o tempo andar para trás")
• Há porém uma importante diferença entre a minha experiência e a de Neska: é que eu comecei por ser uma jovem supranumerária completamente inserida no ambiente da obra e, a pouco e pouco, fui-me distanciando da instituição e integrando outros grupos dentro da Igreja… chegando ao ponto de a pertença à obra constituir apenas um "obstáculo" à minha vida pessoal, familiar, profissional… e espiritual!
• Naturalmente que o facto de Neska ser ainda muito nova e, sobretudo, o facto de ter sido admitida na obra há pouco tempo, deixam em aberto muitas interrogações sobre as verdadeiras intenções da instituição ao "permitir" uma atitude tão livre a um dos seus membros. Pela minha parte, desejo que Neska (e com ela muitos outros membros jovens da prelatura) consigam fazer alguma coisa no sentido da renovação interna da obra, embora todos os dados de que dispomos apontem no sentido de que a obra só se reformará por intervenção externa!